Quando Erin, sua melhor amiga, dizia que nunca teria sapatos em número suficiente, Sandy concordava plenamente com ela.
Com a diferença de que sua paixão eram as plantas.
Não se cansava de comprá-las. Mesmo morando em um peque-no apartamento de dois cômodos, em uma metrópole como Boston, achava que a vida ficava mais bonita na companhia delas.
Pequenas flores, delicadas e coloridas, trepadeiras de vários tipos e até mesmo árvores para ambientes internos compunham sua decoração, sem deixar espaço para quase mais nada! Mas, morando sozinha e sem ninguém que a visitasse com freqüência, para que precisaria de mais espaço?
Com trinta e quatro anos, solteira e sem nenhum pretendente a vista, a verdade era que Sandy Walker não se sentia uma garota muito "normal".
Suas amigas de colégio estavam casadas, com filhos, inteira¬mente absorvidas por colunas sociais.
Sandy trocava cartões de Natal com elas, encontravam-se em reuniões beneficentes de tempos em tempos. Mas nada além disso. Não havia mais assuntos em comum, nem intimidade.
Logo após o falecimento de seu pai, Sandy, que acabara de concluir a faculdade, resolvera trabalhar, morar sozinha e cuidar de sua vida de uma outra forma.
Não queria um marido rico e um casamento estável acima de todas as coisas. Seu sonho era construir uma vida para si mesma, ter uma carreira, poder manter vários interesses... Além, é claro, de um marido que a amasse e de filhos. Mas tudo no momento certo.
Sua mãe ficara chocada a princípio, mas não que se importasse de verdade.
Só depois de adulta é que Sandy pôde compreender um pouco melhor as atitudes de Martha Walker, que agora se chamava sra. Gilliam, depois de seu segundo casamento com Rupert Gilliam.
Quando seu pai morreu, Martha não agiu como uma pessoa que fosse responsável por uma criança. Sandy queria uma mãe tradicional, alguém em quem pudesse confiar de verdade, uma adulta, que Martha não conseguiu ser. Alheia aos sentimentos das pessoas que a rodeavam e parecendo nunca conseguir assumir maiores responsabilidades, era como se estivesse "na vida a passeio".
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